Gilmar critica a Procuradoria Geral da República pelos vazamentos da Lava Jato e fala até em anulação das delações da Odebrecht
Ao criticar a Procuradoria Geral da República pelos vazamentos da Lava Jato e falar até em anulação das delações da Odebrecht, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, passou a ser o nome mais forte para se tornar presidente da República, por meio de eleição indireta, caso Michel Temer seja cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral; isso porque a eleição do novo presidente seria feita pelo Congresso Nacional, onde o discurso de Gilmar cai com uma luva; Temer já não é mais capaz de oferecer a mercadoria que ofereceu ao mercado financeiro – com reformas inviáveis, como a da Previdência – nem proteção aos parlamentares, uma vez que seu governo, com nove ministros na lista de Janot e um ministro da Justiça ligado à máfia dos fiscais agropecuários, não tem autoridade para peitar o Ministério Público; ontem, o relator da cassação no TSE, Herman Benjamin, deu dois dias para Temer apresentar suas alegações finais
247 – O fracasso do governo de Michel Temer em sua missão mais importante – ao menos, naquela que justificou o golpe de 2016 – pode abrir espaço para que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, se torne presidente da República, ainda em 2017.
Qual era essa missão? Temer deveria garantir proteção a seus aliados no parlamento, ajudando a estancar a sangria da Lava Jato. No entanto, com nove ministros na lista de Janot, um ministro da Justiça ligado à máfia dos fiscais agropecuários e ele próprio citado de forma constrangedora nas delações da Odebrecht, Temer tem se mostrado incapaz de garantir essa blindagem. Prova disso foi a mais recente etapa da Lava Jato, que, ontem, atingiu pessoas ligadas a senadores importantes, como o próprio presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE)