Publicado por Leandro Carloto
No passado o comércio era feito pela troca de produtos, onde um sujeito que queria uma galinha dava em troca um bem que o possuidor da galinha gostaria de ter. Era simples, porém trabalhoso.
Com o tempo, o homem moderno passou a utilizar a moeda como forma de adquirir bens necessários ao seu conforto. Com o avanço das cidades e do comércio, surgiu a necessidade de ter um lugar seguro para proteger esse dinheiro, nascendo assim os Bancos. O nome veio dos romanos, que significa “mesa em que são realizadas as trocas de moedas”. Os Bancos entregavam aos clientes uma espécie de “nota de crédito” que dizia quanto de moedas tal pessoa tinha guardado.
Os Bancos então passaram a não apenas proteger e guardar esse dinheiro, mas a também emprestá-lo, uma vez que os seus clientes não retiravam sempre todos os valores de seus cofres. Os empréstimos eram feitos com juros, surgindo assim a maior fonte de riqueza dos Bancos.
Séculos depois, os Bancos evoluíram para como conhecemos hoje e tornaram-se instituições financeiras sérias, merecedoras de grande prestígio e confiança. Com esta evolução na qualidade dos Bancos, surgiu a necessidade de começarem a investir em meios para atraírem mais clientes.
Para captação de maior clientela, os Bancos teriam que estar em todos os lugares, a toda hora, mas sabiam que seria impossível dispor apenas da força humana nesta empreitada, eis que então, valendo-se da tecnologia, criaram os terminais de autoatendimento (ATM[1]), conhecidos como caixas eletrônicos.
Esta forma de tecnologia foi uma das primeiras a interligarem terminais remotos (fora do lugar físico dos Bancos) às transações bancárias efetuadas pelos seus clientes em qualquer lugar do território nacional. Em 1994 existiam no Brasil 32 mil terminais ATMs, sendo que em 2011 esse número saltou para 182 mil, segundo a Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN[2].
Assim, não só houve um aumento na quantidade de ATMs disponíveis, mas também investimento na acessibilidade a todos seus clientes, em especial aos portadores de necessidades especiais, em consonância com Tratados Internacionais[3] que o Brasil veio adotar, demonstrando o fortalecimento do interesse dos Bancos em romper as fronteiras sociais.
Deste modo, os Bancos viram na Internet um meio rápido e também seguro de expandir os seus negócios, criando os “Bancos virtuais”, conhecidos como Internet Banking. No Brasil, a comodidade dos conteúdos disponíveis por este serviço atrai, a cada dia, mais adeptos.
A Internet Banking trouxe pontos positivos para as instituições financeiras, pois houve uma economia de recursos na construção de agências físicas, com o salário e treinamento de funcionários, até a superação física das agências e dos ATMs, onde hoje uma pessoa pode acessar sua conta bancária, checar o seu saldo, realizar transações em qualquer lugar do mundo.
Em um primeiro plano, observou-se a diminuição nos assaltos, uma vez que com mais adeptos as praticidades digitais, poucos correntistas continuaram a se dirigir aos Bancos físicos com frequência, assim diminuindo a movimentação de dinheiro em espécie. Affonso Júnior[4] concluiu também que houve contínuos resultados positivos no aspecto financeiro e publicitário, já que a ideia de associação de uma empresa à Internet facilmente é associada com uma visão de modernidade, de integração com o mundo globalizado.
O último levantamento feito pela FEBRABAN apontou que as transações feitas pela Internet Banking representam 24% das operações do setor em 2011[5]. Em 2002 eram 9 milhões de contas correntes com acesso a Internet Banking, hoje já são mais 42 milhões, se igualando a países desenvolvidos, como os EUA, Alemanha e Reino Unido.
A pesquisa também revelou outro dado interessante, o crescimento do Mobile Banking, que como a Internet Banking, possui suas transações efetuadas pelos clientes fora dos Bancos físicos, diferenciando apenas que no primeiro são utilizados smartphones e tablets. O crescimento nesse segmento foi significativo, de 1,3 milhões de usuários em 2009, para 3,3 milhões em 2011.
Já em outro plano, novos problemas surgiram.
Claro que é muito mais cômodo os correntistas acessarem seus dados bancários no conforto de suas casas pelo Internet Banking, ou nos supermercados e shoppings centers pelos terminais móveis (ATMs), como até mesmo em um parque público pelo Mobile Banking de seu smartphone, do que ter que enfrentar filas imensas e demoradas nas agências físicas.
Por esta nova comodidade oferecida aos seus clientes, os Bancos tem investido alto na segurança de seus computadores, pois são muitos os casos de dados, programas e contas bancárias violadas por pessoas com intenções de lesionarem os correntistas e as instituições financeiras[6].
Em 2011, os Bancos nacionais tiveram um prejuízo de R$ 1,5 bilhões com fraudes eletrônicas, quase 60% maior que no ano anterior[7]. Quando se trata de qualquer forma de interação digital, seja por Internet Banking ou compras virtuais, no mundo o prejuízo chega a US$ 338 bilhões[8].
Segundo o relatório da Symantec[9], em 2011, ao menos 431 milhões de usuários de computadores foram lesados, sendo que o valor defraudado foi maior que a soma da venda de drogas ilícitas no mundo, que gerou no mesmo ano US$ 320 bilhões, de acordo com a Organização das Nações Unidas[10].
Em frente a estes prejuízos, a FEBRABAN[11] registrou que as 16 principais Instituições Financeiras que operam no Brasil, na qual correspondem a 90% dos ativos nacionais, investiram cerca US$ 9 bilhões em tecnologia em 2011, crescimento de 27% em relação ao ano de 2009 e muito superior aos singelos US$ 2,7 bilhões em 1992, quando ainda estavam no processo de incorporação dessa tecnologia.
Os clientes já podem colher os frutos desses investimentos como, por exemplo, os projetos do Banco Bradesco S/A, um dos Bancos brasileiros mais promissores em tecnologia, que veio a desenvolver a tecnologia de biometria[12] em seus terminais eletrônicos no ano de 2006. O mesmo Banco, ciente da importância das redes sociais, foi o primeiro a interligar o seu Internet Banking ao Facebook[13], fortalecendo a interação banco-cliente, aumentando e facilitando o acesso ao sistema, e, claro, captando mais novos clientes.
O Banco Itaú[14] também está no mesmo caminho, com o intuito de garantir mais seguranças a seus clientes, começou a adotar a utilização do QR Code, que é um tipo especifico de código de barras, sendo necessária apenas uma câmera no celular para poder efetuar uma compra ou uma transação bancária. Outro projeto é o Itaú Mobile Card, que promete transformar o celular móvel em um novo cartão de crédito, como já acontece em muitos países[15].
No entanto, Affonso Júnior[16] esclarece que não basta os Bancos oferecerem recursos de proteção, há de se ensinar o usuário o básico para se precaver contra fraudes, pois “a segurança sem um treinamento não basta, pois fazendo uma analogia simples de nada adianta entregar uma arma carregada a quem não sabe atirar”.
Como visto, não apenas os investimentos em segurança tecnológica dos Bancos devem ser levados em consideração, mas também a capacitação de seus usuários, pois a prevenção a estes crimes impediriam ainda maiores perdas econômicas.