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CENTRO DE ESTUDOS CONSTITUCIONAIS E DE GESTÃO PÚBLICA

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A hora de aprofundar as propostas na segurança pública

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As formas de atingir a raiz da criminalidade dependem de ações conjuntas, prioridades e investimentos longos. É um pensamento unânime entre especialistas do País.

 

Por Diogo Vargas

Candidatos ao governo elencaram a segurança pública como uma das prioridades em Santa Catarina. O tema exige reflexão, propostas aprofundadas, visão macro e não apenas soluções imediatistas.

Como agir contra as facções criminosas? Como reverter a superlotação prisional diante da recusa das prefeituras? E as comunidades vulneráveis sem políticas públicas dominadas por traficantes?

Por enquanto, ainda não foram revelados a fundo os planos de ação e as opiniões nesse sentido. A maioria opta em dizer que ampliará o efetivo das polícias Militar e Civil, vai declarar guerra ao crime organizado, investirá em tecnologia, entre outros pontos a curto prazo. Medidas importantes e naturalmente esperadas pela população.

Crimes contra a vida

As formas de atingir a raiz da criminalidade dependem de ações conjuntas, prioridades e investimentos longos. É um pensamento unânime entre especialistas do País. Atacar a impunidade dos crimes contra a vida, ao invés de ampliar as estruturas contra os delitos do patrimônio, por exemplo, seria um golaço.

A Polícia Civil não tem um departamento de homicídios estadual e apenas duas – exatamente duas! – delegacias específicas de homicídios, em Florianópolis e Joinville. Na Capital há um temor de virar um novo Rio de Janeiro.

Fatores de risco

Nesse contexto, trabalhar fatores de riscos aos adolescentes e jovens certamente trará resultados preventivos. Exigem verbas, engajamentos com programas permanentes na educação, saúde, assistência social e principalmente a geração de empregos. Além, é claro, de pulso firme no comando, não permitindo acomodações, revanchismos ou discursos individuais sobre o coletivo.

Desde 2012, Santa Catarina se vê ameaçada por grupos criminosos. Foram anos nunca vistos de explosão de índices de assassinatos, ondas de atentados, crimes bárbaros e aumento de roubos. Por duas vezes, a Força Nacional de Segurança foi requisitada.

Houve avanços, as polícias e o sistema prisional estão mais equipados. Foi criado um sistema de inteligência abrangente. Mas o crime organizado continua se comunicando e ordenando delitos das cadeias. A maioria das unidades é desguarnecida de bloqueadores de celulares. Não bastasse a facção local, agora a de São Paulo mira o Estado para ampliar o tráfico.

Queda dos homicídios

Nenhum dos candidatos se arriscou a dizer quem será o seu secretário de Segurança ou os chefes das polícias Militar e Civil. Nem se irá manter algum integrante da cúpula. Apesar do tempo curto – pouco mais de seis meses – essa gestão estancou e ainda reduziu a violência. Os números mostram queda de 14,9% nos homicídios e de 30,8% nos roubos.

Impossível esquecer das cracolândias e da matança que se transformou o trânsito nas rodovias catarinenses. Ainda restam mais de 40 dias até 7 de outubro. Todos exigimos a ampliação das propostas.

 

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