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Notícia

Centro de Estudos Constitucionais e de Gestão Pública

Guedes* critica alta concentração e quase monopólio dos 6 maiores bancos…

Ministro da Economia defende reformas estruturantes no país para estimular investimentos e criar uma classe média empreendedora … para ele, falta concorrência em quase todos os setores da atividade econômica…

 

BRASÍLIA

Em videoconferência promovida pelo Itaú BBA, o ministro Paulo Guedes (Economia) criticou a concentração do sistema bancário do Brasil. Para ele, com reformas e ampliação de investimentos, a economia ficará mais competitiva.

“Em vez de termos 200 milhões de trouxas sendo explorados por seis bancos, seis empreiteiras, seis empresas de cabotagem, seis distribuidoras de combustíveis; em vez de sermos isso, vai ser o contrário. Teremos centenas, milhares de empresas”, disse o ministro no dia 9.5.

O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, participava do debate. O grupo faz parte da lista de seis maiores bancos do país, assim como duas instituições financeiras públicas, o Banco do Brasil e a Caixa.

Após o deslize, o ministro fez um esforço para explicar a afirmação. Guedes declarou que não foi uma recriminação a algum banco específico ou a uma determinada empreiteira.

“Eu, quando falo sempre que somos 200 milhões de trouxas com seis bancos, seis empreiteiras, seis isso, seis aquilo, eu quero muito mais enfatizar a importância da competição. […] Mercados pouco competitivos são menos convenientes para os consumidores”, afirmou.

Ele frisou que, apesar da concentração bancária, isso não significa que algum banco tenha feito algo errado, e sim mostra que a economia brasileira é hostil, com alta carga tributária, por exemplo.

Então, o ministro buscou ressaltar que as seis maiores instituições financeiras do país foram as que conseguiram sobreviver a esse ambiente.

A crítica ao sistema bancário foi dita enquanto Guedes defendia reformas estruturantes no país para estimular investimentos e criar uma classe média empreendedora como forma de estimular a economia.

Segundo ele, dessa forma, haveria inclusive maior valorização dos trabalhadores, já que a mão-de-obra seria menor.

* Paulo Roberto Nunes Guedes (70) é economista e atual ministro da Economia do Brasil. Mestre e doutor pela Universidade de Chicago foi professor da PUC-Rio e da Fundação Getúlio Vargas. É um dos fundadores do Banco Pactual e de vários fundos de investimentos e empresas

Thiago Resende para a Folha de São Paulo, em 9.mai.2020

Ministro Paulo Guedes (Foto: REUTERS/Adriano Machado)