Saudação do Presidente do CECGP e da SVT Faculdade, professor Sergio Victor Tamer, por ocasião da apresentação do livro-tese de doutorado do professor Ilmar Polary em sessão virtual realizada em 15 de dezembro de 2020.
Tenho a satisfação de participar, hoje, desta mesa que antecede a apresentação do livro do professor doutor Ilmar Polary ao lado de personalidades tão ilustres quanto o professor doutor Paulo Emílio, da UFF; do presidente do Conselho Regional de Administração, doutor José Samuel Júnior; do professor Gustavo Costa, magnífico reitor da UEMA; e da ilustre mediadora, consultora Mafessoni da Appris Editora.
A obra que inspira esta reunião prévia, é fruto, como todos nós sabemos, de uma ingente pesquisa de campo em nada menos que 14 municípios do Estado do Maranhão e de percuciente análise da literatura.
O seu referencial teórico foi assim desenvolvido em duas vertentes: na acadêmica, buscou ILMAR POLARY na literatura a fundamentação que embasa a relevância da Administração Pública Sustentável no Brasil; e em outro vértice, as conclusões das pesquisas de campo do Modelo de Gestão por Sustentabilidade Integrada – GSI, em face das amostras do setor industrial, hospitais e universidades públicas.
Dessa forma o professor POLARY busca, em seu objeto de estudo, uma resposta ao problema de “como a Gestão Pública Sustentável (GPS) impacta na Gestão Profissional Empreendedora (GPE) em organizações públicas e na sociedade” e a partir desse contexto faz uma interação entre ambas para desenvolver a sua brilhante tese exposta no livro que se nos apresenta hoje e que recebeu como título GESTÃO POR SUSTENTABILIDADE INTEGRADA.
Esta GESTÃO, segundo o autor, “é aplicável a qualquer contexto organizacional, seja pelo porte (micro, pequena, média e grande empresa); pela sua natureza jurídica (pública, privada, sociedade de economia mista) ou pela sua finalidade (industrial, comercial e prestadora de serviços).
A GESTÃO PROFISSIONAL, porém, se posiciona no eixo principal do seu trabalho, e nas suas palavras, “como um dos caminhos viáveis de êxito e perenidade das organizações contemporâneas”.
O autor explica que a GESTÃO POR SUSTENTABILIDADE INTEGRADA, onde se insere a GESTÃO PROFISSIONAL, fundamenta-se na teoria do empreendedorismo precisamente em duas abordagens: a GERENCIAL e a ECONÔMICA.
Trata-se, assim, sob a sua ótica, de um MODELO ALTERNATIVO DE GESTÃO PROFISSIONAL PARA A ADMINISTRAÇÃO que exige do gestor, conforme o próprio autor destaca: “conscientização pessoal e profissional para administrar com orientação empreendedora e visão integrativa diante de suas variáveis, componentes e dimensões” – tudo voltado para favorecer a gestão, o sucesso e a perenidade da empresa.
Destacamos, agora, as três dimensões estatuídas por ILMAR POLARY, em seu modelo de GESTÃO POR SUSTENTABILIDADE INTEGRADA:
- A Dimensão Administrativo Tecnológico;
- A Dimensão Político Institucional; e
- A Dimensão Econômico Social.
Todas elas estudadas com os seus respectivos componentes.
Mas é no empreendedorismo que o seu trabalho ganha uma conotação especial pois o professor POLARY analisa a GESTÃO POR SUSTENTABILIDADE INTEGRADA como GESTÃO PROFISSIONAL, fundamentada no EMPREENDEDORISMO.
Uma ampla pesquisa na literatura gerencial e econômica do empreendedorismo foi realizada.
“Antecipar rumos e oportunidades e enfrentar a oposição de outros setores da sociedade” estão entre as principais características do empreendedor que procura adotar uma visão estratégica de gestão (motivos individualistas).
POLARY demonstra claramente, em sua magna obra, que a GESTÃO PROFISSIONAL, com todas as suas ramificações e imbricamentos, se afigura como “um dos caminhos viáveis de êxito e perenidade das organizações contemporâneas”, quer se situe na iniciativa privada ou na administração pública.
Por conseguinte, seu trabalho tem como objetivo gerar conceitos e práticas inovadoras de Gestão Profissional Sustentável e acrescentar, na literatura, novas perspectivas para o ensino e a pesquisa na academia.
O livro de ILMAR POLARY nos mostra o caminho da importância dos talentos, do capital humano, da era do conhecimento e sobretudo, como corolário disso tudo, o que as empresas devem fazer para se manterem vivas, já que a sobrevivência e a longevidade preocupam as companhias. Estamos, de fato, assistindo cada vez mais a morte de grandes conglomerados ou de empresas que sucumbem diante da concorrência e da competitividade regional e global.
Nesse contexto, a profissionalização da empresa é a chave para que ela possa sobreviver e adquirir mais força no mercado.
Estamos vivenciando uma nova fase da inovação baseada no trinômio de conhecimento, produtividade e competitividade.
Não é por outra razão que as grandes transformações econômicas e tecnológicas pelas quais têm passado as nações desenvolvidas e em desenvolvimento vêm causando abalos profundos na natureza dos empregos, das instituições e, em consequência, nas relações de consumo.
Sobre este aspecto, gostaria de lembrar aqui Alvim Tofler, o sociólogo americano que publicou, nos anos 80, uma obra intitulada “A Empresa Flexível”, com base no relatório de consultoria que realizou no final dos anos 60 para a gigante americana das telecomunicações, a empresa AT&T – Bells, até então a maior empresa comercial do mundo.
Ele narra que em 1956, quando alguns poucos americanos começaram a perceber que o número de empregados burocratas e do setor de serviços foi maior, naquele ano, do que o de operários em todas as suas fábricas, – tirou-se ali a conclusão que a economia das chaminés estava decaindo e uma nova economia, baseada no conhecimento, estava em pleno alvorecer. Foi o ponto de partida para os estudos e as providências que se seguiriam.
Tofler fez, então, a seguinte observação:
“Todos estamos no meio da mais profunda e acelerada revolução desde a invenção do machado de pedra. Por esse motivo, a capacidade de se adaptar às violentas mudanças técnico-políticas tornou-se o principal atributo de sobrevivência para os executivos em cada país do planeta.”
Ora, o que estamos observando ainda hoje é uma progressão contínua nessa mudança, especialmente na maneira de se produzir riqueza. O setor terciário ‘superior’ ou quaternário, ligado aos avanços tecnológicos, vem absorvendo naturalmente a mão-de-obra qualificada.
E a prevalência cada vez mais acentuada da economia do conhecimento vem provocando uma forte turbulência nas instituições políticas.
Ele explicava assim o fenômeno então observado:
“Só duas vezes, antes, na história, nós os humanos inventamos um meio inteiramente novo de criar riqueza. A cada vez, inventamos novas formas de governo para acompanhá-lo.”
E no bojo dessa revolução tecnológica, da economia do conhecimento, dessa nova maneira de se produzir riquezas, as relações de consumo passaram a ter novas e desafiadoras dimensões políticas, jurídicas e sociais.
Uma dessas consequências imediatas para o mercado passou a ser a DESPADRONIZAÇÃO DO CONTEXTO SOCIAL.
Substituiu-se o conceito de produtos de massa.
De produção padronizada e massificada passou-se a falar em “nichos de mercado”.
Produtos e serviços são agora oferecidos para segmentos cada vez mais específicos de consumo.
Há uma forte pressão para a individualização. Antes estável e homogêneo, o mercado econômico fragmentou-se em “mercados em miniatura”, cada vez mais numerosos e temporários.
Isso tanto reflete como “aprofunda as divisões emocionais, étnicas, religiosas, vocacionais e etárias da sociedade”.
Há nitidamente e de forma cada vez mais contundente uma variedade social e cultural profunda. Com exceção da uniformidade que existe em ditaduras ou em populações que vivem abaixo ou ligeiramente acima do nível de subsistência, as sociedades ficaram cada vez mais variadas, diversificadas e complexas. À medida que a prosperidade aumenta o consumidor individual começa a exigir mercadorias ou serviços ajustados a seus gostos particulares.
Enquanto a Era Industrial trouxe a produção em massa, a padronização, a tecnologia da nova economia promoveu a despadronização.
E sob o ângulo da produção, é quase impossível dizer de que país vem determinado carro ou computador, já que suas peças e seu software vêm de muitas fontes diferentes.
Os setores mais dinâmicos da nova economia não são nacionais: são subnacionais, supranacionais ou transnacionais.
Essas realidades todas, essas mudanças que surgem sob o impacto das novas tecnologias, são ingredientes novos a desafiar a Gestão Profissional.
O contributo do professor ILMAR POLARY para a ciência da Administração, sob todos esses aspectos, e a partir de sua alentada obra, foi notável.
E o CECGP e a SVT Faculdade congratulam-se, por meu intermédio, com o ilustre professor doutor ILMAR POLARY