Alvin Toffler nasceu em Nova Iorque, a 4 de outubro de 1928 e morreu em Los Angeles, a 27 de junho de 2016, aos 87 anos de idade.
Os seus primeiros trabalhos deram enfoque à tecnologia e seu impacto (através de efeitos como a sobrecarga de informação. Mais tarde centrou-se em examinar a reação da sociedade e as mudanças que esta sofre. Os seus últimos trabalhos têm abordado o estudo do poder crescente do armamento militar do século XXI, as armas e a proliferação da tecnologia e o capitalismo. Foi casado com Heidi Toffler, também uma escritora futurista.
O Choque do futuro foi seu primeiro livro, e um sucesso editorial, mas Alvin Toffler se tornou conhecido do grande público por sua obra A Terceira Vaga (no Brasil editado como a "Terceira Onda", do inglês The Third Wave) de 1980, na qual descreve a evolução da sociedade humana, desde o tempo do predomínio das atividades agrícolas, passando pela fase industrial, até a era pós industrial, a era da informação. A expressão "terceira onda" foi amplamente adotada e passou a estar presente no cotidiano da mídia, do meio acadêmico e empresarial. Alvin Toffler se tornou uma referência sobre assuntos contemporâneos, e as perspectivas de seu desenvolvimento, em um futuro mais ou menos remoto. O modo, enfim, como a sociedade experimentará os efeitos dessas mudanças em termos políticos, econômicos e nos demais aspectos da vida social.
Alvin Toffler deixou uma vasta obra no campo da sociologia política e social. Como consultor da AT&T nos anos 80 (Bell System), nos EUA, salvou a gigante da telefonia americana e desse trabalho surgiu "A EMPRESA FLEXÍVEL", obra onde pela primeira vez se analisou a fundo a tendência mundial pela "despadronização do contexto social", fenômeno que viria alterar profundamente os meios de produção e as instituições políticas…
Em editorial, o jornal português Diário de Notícias (1º de julho), prestou uma homenagem ao intelectual que melhor soube compreender as mudanças que viriam alterar profundamente (e que ainda estão em curso), a economia, a política e a sociedade:
O VISIONÁRIO ALVIN
Ana Sousa Dias
"Os analfabetos do século XXI não serão os que não sabem ler nem escrever mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender." A frase de Alvin Toffler ficou, como tantas outras que disse e defendeu nas décadas de trabalho e investigação desenvolvidos lado a lado com a mulher, Heidi – a quem nunca foi reconhecido o mérito dado ao marido. Alvin morreu ontem durante o sono, aos 87 anos, e de todas as previsões que fez, entre aquilo que se poderá considerar pura fantasia e aquilo que de facto veio a acontecer, talvez os pratos da balança se equilibrem. Começou por experimentar a vida operária, e percebeu que o que sai da fábrica envolve também a energia, o amor e a raiva de quem produz. Recebeu a atenção, quase a veneração, de milhões de pessoas, incluindo políticos e empresários, com as obras iniciais O Choque do Futuro e A Terceira Vaga, reflexões sobre a rapidez da mudança na sociedade que antecipavam a emergência da sociedade de informação. Mas não ficou parado nessas primeiras previsões e foi sempre adaptando ao que a realidade trazia. Esteve em Portugal uma única vez, convidado a participar num congresso da Associação de Biólogos em 2007, e ali reafirmou, tal como nas várias entrevistas que então deu, as suas convicções com a enorme simpatia de homem curioso e perspicaz. Ao longo da vida, esteve sempre atento e pronto a perceber os sinais de mudança. Por isso disse em Lisboa que já não há trabalhos, nem mesmo profissões, que durem uma vida e que devemos preparar-nos para isso, para estudar novos temas – a educação era uma dos grandes preocupações da sua vida. "A mudança não é apenas necessária à vida. É a própria vida" é a frase que dá a notícia da sua morte, no site da empresa de consultoria estratégica que criou. Mas se posso escolher uma frase dele, aqui vai: "É preciso pensar em grandes coisas enquanto estamos a fazer pequenas coisas, de modo a que todas as pequenas coisas possam ir na direção certa."