Publicado em Jornal Pequeno Blog da Ligia Teixeira
E a saída facilitada do Sr. Júnior Bolinha, um dos 14 acusados de envolvimento no assassinato do jornalista Décio Sá em abril de 2012, já teve repercussão nacional. (LEIA AQUI).
É mais um acontecimento esdruxulo patrocinado pela completa acefalia do governo do Maranhão no setor da segurança pública.
Em outubro, quando São Luís entrou num clima de pânico por conta da rebelião em Pedrinhas, ocasião em que 13 detentos foram assassinados, a governadora Roseana trocou a cúpula da Polícia Militar para criar uma cortina de fumaça e blindar o atual secretário, que sumiu dos holofotes, mas permanece como auxiliar do governo.
De lá para cá, a situação se agravou à ponto de tornar-se insustentável. O Maranhão está à beira de uma intervenção federal por conta dos absurdos na segurança pública e, ainda assim, Aluísio permanece no cargo.
Pupilo do senador José Sarney, Aluísio Mendes usa o cargo de secretário para viabilizar-se politicamente. Quer ser deputado estadual pelo PSDC em 2014. Na cabeça hermética do grupo que comanda os Leões, o afastamento prematuro do secretário, antes do fim do prazo oficial para desincompatibilização, seria um desgaste maior do que a série de barbaridades pelas quais o Maranhão vem passando desde que Aluísio assumiu o comando da secretaria de segurança.
É essa crença no poder dos cargos públicos e do uso eleitoreiro da máquina, que explica porque o Palácio ainda cogita patrocinar uma eleição indireta de Luís Fernando para o cargo de governador, embora a ideia perca força a cada dia que passa, sobretudo em função da atual conjuntura na Assembleia Legislativa, mas essa é outra história.
O apego desmedido a cargos públicos e o uso desenfreado da máquina para perpetuação no poder – ainda que isso custe a própria imagem do governo – joga para a sociedade a responsabilidade colocar um fim no patrimonialismo assassino do grupo da governadora.
Aluísio Mendes será eleito?
Por fim, é bem possível que na cabeça da governadora Roseana Sarney, haja uma percepção de que a permanência de Aluísio Mendes no governo, blinde a ela própria. O raciocínio é o de que responsabilizando Aluísio, Roseana fique livre sem a necessidade de responder pelo caos na segurança.
É um raciocínio estúpido, evidentemente, mas é justamente esse o jogo que os aliados da governadora Roseana Sarney querem fazer parecer, especialmente nos blogs alugados pelo grupo.